Mães na Música Eletrônica
- Janis Freire
- 11 de mai.
- 2 min de leitura

Mães na Pista e no Estúdio: DJs e Produtoras que Conciliam a Maternidade com a Música Eletrônica
A cena da música eletrônica é conhecida por sua intensidade — turnês internacionais, festas que atravessam a madrugada, produção musical constante e visibilidade nas redes sociais. Dentro desse cenário desafiador, existe um grupo de mulheres que, além de artistas, também são mães. E sim: elas continuam produzindo, se apresentando e fazendo história na pista e fora dela.
Maternidade e carreira eletrônica: uma realidade possível
Conciliar a maternidade com a vida de DJ ou produtora musical pode parecer um desafio quase impossível, mas cada vez mais mulheres mostram que é viável — com organização, rede de apoio e, muitas vezes, com mudanças nos próprios formatos de trabalho.
O mercado musical, ainda dominado por homens, impõe obstáculos às mulheres em geral, e isso se intensifica com a chegada dos filhos. Apesar disso, algumas artistas de destaque conseguiram criar um caminho sólido, sem abrir mão da maternidade.
Exemplos de DJs que são mães e seguem em destaque:
Maya Jane Coles – Produtora e DJ britânica, é conhecida mundialmente por seu estilo que mistura house, techno e bass music. Embora mantenha sua vida pessoal mais reservada, já falou sobre os desafios de manter o foco na carreira enquanto administra responsabilidades familiares.
Rebekah – A DJ e produtora britânica, ícone do techno pesado, é mãe e usa suas redes para discutir temas como saúde mental, machismo na indústria e os bastidores da vida como artista e mãe solo. Ela também é ativista contra o assédio na cena eletrônica.
Miss Kittin (Caroline Hervé) – Lendária figura da música eletrônica francesa, Caroline também equilibra a maternidade com uma carreira de décadas, sem abrir mão das turnês e lançamentos.
Paula Temple – Referência no techno industrial, é mãe e já comentou como ser artista independente e mãe ao mesmo tempo exige planejamento, mas também oferece liberdade criativa e pessoal.
Eli & Fur (Eliza Noble e Jennifer Skillman) – Embora apenas uma das integrantes do duo seja mãe, elas são um exemplo de como duplas e coletivos podem se reorganizar e adaptar agendas para manter a produtividade e o bem-estar familiar.
Mudanças necessárias na indústria
Apesar dos exemplos positivos, muitas DJs e produtoras ainda enfrentam a falta de apoio institucional: poucos eventos oferecem estrutura para mães com filhos, como camarins adaptados, horários mais flexíveis ou creches nos festivais — iniciativas que já existem em outros países, mas ainda são raras.
Algumas artistas preferem reduzir a frequência de shows, focando mais na produção musical ou em sets online, enquanto outras contam com redes familiares ou parceiros igualmente envolvidos nos cuidados parentais.
Representatividade importa
Ver mães ocupando o palco, o estúdio e as manchetes é fundamental para incentivar outras mulheres a não desistirem da carreira artística ao se tornarem mães. A presença delas prova que é possível continuar relevante, criativa e ativa mesmo com uma rotina que envolve muito mais do que música.
Neste Dia das Mães, é importante reconhecer não apenas o lado emocional da maternidade, mas também o esforço e a resistência dessas mulheres dentro de uma indústria que ainda precisa evoluir. Mães DJs e produtoras existem, trabalham duro e merecem espaço, respeito e visibilidade.














Comentários